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domingo, maio 05, 2013

SEMINÁRIO DA EDITORA SARAIVA

Foto: Luciane Idenê dos Santos Leal, Diana Morona, Ana Lúcia Pintro, Ana Cristina Alves Steinbach,
Nilbo Nogueira, Franciele Piccollo, Maria das Dores Romagna e Maria de Fátima Porto.

O Seminário da Editora Saraiva que aconteceu no dia 27 de abril de 2013, em Florianópolis, contou com a presença do renomado palestrante Nilbo Nogueira. O tema “A escola na era digital” no levou a refletir sobre a seguinte pergunta: “Por que é preciso usar as tecnologias?”
Nilbo Nogueira levou uma foto do seu tempo de estudante. Vou descrevê-la e tenho certeza que todos os leitores que tem mais de quarenta anos vão exclamar: “Eu tenho uma foto dessas!” Ele está sentado, sobre a mesa tem alguns livros empilhados, ao lado um globo e ao fundo um mapa. Por que ele mostrou essa fotografia? Para falar das diferenças entre as gerações daquela época e as de agora. Enquanto a primeira, ficava ansiosa para ver sua imagem revelada e poder mostrar aos familiares, a segunda exibe fotos instantâneas em redes sociais a todo instante.
O palestrante apresentou as diferenças entre as últimas gerações contextualizando-as com os fatos históricos em que cada uma está inserida. Contou que seu avô trabalhou na Antárctica e por isso na casa dele ninguém tomava Coca-Cola: quem fez parte da geração dos “builders” respeitava extremamente o patrão, viveu tentando construir e reconstruir o que as guerras destruíram. Os jovens de hoje não são tão submissos a essa hierarquia e nem presenciaram as tragédias e consequências cruéis do mundo em conflito!
A geração “Baby Boomers” surge no pós-guerra, quando os países retomam a paz e veem o tempo como significado de dinheiro. Trabalham muito e não sabem equilibrar o trabalho com o lazer e momentos com a família.
A geração “X” também relaciona o tempo com o dinheiro, mas começa a curtir as famílias.
A geração “Y” vive momentos de maior estabilidade econômica, nasce no momento que a internet se torna acessível, não valoriza hierarquia no trabalho, realiza multitarefas, não aceitam a cultura analógica. Não ouviram seus pais dizendo: “Ou o estudo ou a TV”: ouvem música, leem mensagens na internet, acariciam o gato com o pé, assistem televisão, fazem tudo ao mesmo tempo. Eu não acredito que eles têm tanta competência porque tudo o que fazem é superficial. No meu entendimento fazem muita coisa, mas poucas com profundidade e seriedade.
A geração “Z” surge após o ano 2000. A letra z vem de zapear que é o ato de mudar rápida e repetidamente de canal de televisão ou frequência de rádio, de forma a encontrar algo interessante para ver ou ouvir, geralmente através de um controle remoto. Etimologicamente, o zapear pode também ser demonstração de angústia, desatenção, hiperatividade, tique ou mania. Isso pode ser um alerta para a sociedade. Eles vivem em comunidades virtuais, têm acesso à banda larga, só aceitam o que tem utilidade em suas vidas (Será verdade?), também realizam multitarefas e “nasceram com um barranco no qual encostam suas costas”.
Nogueira ilustrou uma experiência pessoal para falar sobre o poder das redes sociais. Contou que deu de presente para a filha, um celular caríssimo que ela deixou cair na privada. Indignado, disse a ela: “Não é possível que alguém deixe o seu celular cair na privada. Você deve ser a única pessoa no mundo que fez isso!” A filha, então, apresentou para ele uma comunidade chamada “Meu celular na privada”. Curioso, foi ler os comentários e descobriu que discutiam sobre como tinham retirado o aparelho (se foi com a mão ou com um pauzinho), se estava sujo e se o chip não estragou.
Então, como pesquisador, resolveu verificar que tipo de comunidades existe nas redes sociais e a quantidade de membros participantes. Percebeu que muitos internautas faziam parte de comunidades como “Odeio aula + adoro ir a escola”, “Eu odeio matemática” e que poucos faziam parte de outras como “Vamos proteger o meio ambiente”. Salientou que esse é o momento de professores agirem e mobilizaram os espaços na internet que tenham bons propósitos.
Quando o palestrante apresentou a página “Diário de Classe” da aluna Isadora, de Florianópolis, o clima ficou conturbado. Uma professora explicou que ele tocou numa ferida aberta e que o papel do professor mudou muito com isso. Ele justificou que a intenção era mostrar o poder que o professor tem se souber aproveitar os recursos digitais a favor da Educação.
Nós professores não temos como fugir das mudanças provocadas pelas novas tecnologias. Talvez seja o nosso maior desafio do momento!
Concluo dizendo que o seminário foi interessante e produtivo, porém salientou o lado positivo das tecnologias. Sabemos que nem tudo são flores, há muitas pedras no caminho que dificilmente serão removidas. Nada é perfeito!