Foto:
Luciane Idenê dos Santos Leal, Diana Morona, Ana Lúcia Pintro, Ana Cristina
Alves Steinbach,
Nilbo
Nogueira, Franciele Piccollo, Maria das Dores Romagna e Maria de Fátima Porto.
O
Seminário da Editora Saraiva que aconteceu no dia 27 de abril de 2013, em
Florianópolis, contou com a presença do renomado palestrante Nilbo Nogueira. O tema
“A escola na era digital” no levou a refletir sobre a seguinte pergunta: “Por
que é preciso usar as tecnologias?”
Nilbo
Nogueira levou uma foto do seu tempo de estudante. Vou descrevê-la e tenho
certeza que todos os leitores que tem mais de quarenta anos vão exclamar: “Eu
tenho uma foto dessas!” Ele está sentado, sobre a mesa tem alguns livros
empilhados, ao lado um globo e ao fundo um mapa. Por que ele mostrou essa
fotografia? Para falar das diferenças entre as gerações daquela época e as de
agora. Enquanto a primeira, ficava ansiosa para ver sua imagem revelada e poder
mostrar aos familiares, a segunda exibe fotos instantâneas em redes sociais a
todo instante.
O
palestrante apresentou as diferenças entre as últimas gerações
contextualizando-as com os fatos históricos em que cada uma está inserida.
Contou que seu avô trabalhou na Antárctica e por isso na casa dele ninguém tomava
Coca-Cola: quem fez parte da geração dos “builders”
respeitava extremamente o patrão, viveu tentando construir e reconstruir o que
as guerras destruíram. Os jovens de hoje não são tão submissos a essa
hierarquia e nem presenciaram as tragédias e consequências cruéis do mundo em
conflito!
A geração
“Baby Boomers” surge no pós-guerra,
quando os países retomam a paz e veem o tempo como significado de dinheiro.
Trabalham muito e não sabem equilibrar o trabalho com o lazer e momentos com a família.
A
geração “X” também relaciona o tempo
com o dinheiro, mas começa a curtir as famílias.
A geração
“Y” vive momentos de maior
estabilidade econômica, nasce no momento que a internet se torna acessível, não
valoriza hierarquia no trabalho, realiza multitarefas, não aceitam a cultura
analógica. Não ouviram seus pais dizendo: “Ou o estudo ou a TV”: ouvem música,
leem mensagens na internet, acariciam o gato com o pé, assistem televisão,
fazem tudo ao mesmo tempo. Eu não acredito que eles têm tanta competência
porque tudo o que fazem é superficial. No meu entendimento fazem muita coisa,
mas poucas com profundidade e seriedade.
A geração “Z” surge após o ano 2000. A letra z vem
de zapear que é o ato de mudar rápida
e repetidamente de canal de televisão ou frequência de rádio, de forma a
encontrar algo interessante para ver ou ouvir, geralmente através de um controle
remoto. Etimologicamente, o zapear pode também ser demonstração de angústia,
desatenção, hiperatividade, tique ou mania. Isso pode ser um alerta para a
sociedade. Eles vivem em comunidades virtuais, têm acesso à banda larga, só
aceitam o que tem utilidade em suas vidas (Será verdade?), também realizam
multitarefas e “nasceram com um barranco no qual encostam suas costas”.
Nogueira ilustrou uma experiência
pessoal para falar sobre o poder das redes sociais. Contou que deu de presente
para a filha, um celular caríssimo que ela deixou cair na privada. Indignado,
disse a ela: “Não é possível que alguém deixe o seu celular cair na privada.
Você deve ser a única pessoa no mundo que fez isso!” A filha, então, apresentou
para ele uma comunidade chamada “Meu celular na privada”. Curioso, foi ler os comentários
e descobriu que discutiam sobre como tinham retirado o aparelho (se foi com a
mão ou com um pauzinho), se estava sujo e se o chip não estragou.
Então, como pesquisador,
resolveu verificar que tipo de comunidades existe nas redes sociais e a
quantidade de membros participantes. Percebeu que muitos internautas faziam
parte de comunidades como “Odeio aula + adoro ir a escola”, “Eu odeio
matemática” e que poucos faziam parte de outras como “Vamos proteger o meio
ambiente”. Salientou que esse é o momento de professores agirem e mobilizaram
os espaços na internet que tenham bons propósitos.
Quando o palestrante
apresentou a página “Diário de Classe” da aluna Isadora, de Florianópolis, o
clima ficou conturbado. Uma professora explicou que ele tocou numa ferida
aberta e que o papel do professor mudou muito com isso. Ele justificou que a intenção
era mostrar o poder que o professor tem se souber aproveitar os recursos
digitais a favor da Educação.
Nós professores não temos
como fugir das mudanças provocadas pelas novas tecnologias. Talvez seja o nosso
maior desafio do momento!
Concluo dizendo que o seminário
foi interessante e produtivo, porém salientou o lado positivo das tecnologias. Sabemos
que nem tudo são flores, há muitas pedras no caminho que dificilmente serão removidas.
Nada é perfeito!