Jornal de Cocal: dia 27 de setembro de 2006
No início, a escola, com todas as maravilhas nela contida, existia apenas na mente de um sábio. No princípio o Mestre criou os desejos e os sonhos, que na sua infinita bondade quis concretizar para que os seus discípulos encontrassem o caminho da felicidade, principal objetivo da Educação. Os discípulos viviam submersos nas trevas da ignorância, desconstituídos de saberes e incapacitados para evoluir sozinho.
No início, a escola, com todas as maravilhas nela contida, existia apenas na mente de um sábio. No princípio o Mestre criou os desejos e os sonhos, que na sua infinita bondade quis concretizar para que os seus discípulos encontrassem o caminho da felicidade, principal objetivo da Educação. Os discípulos viviam submersos nas trevas da ignorância, desconstituídos de saberes e incapacitados para evoluir sozinho.
No primeiro mês, disse o Mestre: “Faça-se a luz da sabedoria!” Surgiram dentre tantas áreas de conhecimento, a Matemática, a Geografia, a História, a Filosofia, as Línguas, as Artes, a Biologia e a Educação Física. Então, as trevas da ignorância foram parcialmente banidas. Passou-se a utilizar o pensamento lógico, a criatividade, a intuição e a capacidade crítica.
No segundo mês, o Mestre criou a curiosidade. Ouvia-se em todos os cantos do Universo: “Por quê? Por quê? Por quê?” Graças à curiosidade muitas dúvidas extinguiram-se da face da Terra.
No terceiro mês, o Mestre percebeu a necessidade de criar a motivação. E assim, ela trouxe o prazer em compreender o significado de uma nova palavra, a alegria de sentir a mensagem exalada nas obras artísticas, o êxtase contido nos sons provocados pela natureza ou pelas mãos humanas e a satisfação em salvar vidas através de estudos profundos.
No quarto mês, o Mestre reuniu seus discípulos e disse: “Faça-se o diálogo!”. A partir desse momento, os discípulos sentiram a importância de compartilhar idéias, conversar sobre a vida, relatar os acontecimentos sociais, trocar experiências, refletir sobre as ações humanas e de valorizar as infinitas personalidades.
No quinto mês, viu o Mestre que a complexidade das relações exigia mudanças de atitude e disse: “Que a cidadania se faça presente entre os discípulos.” Os discípulos começaram a participar da vida social e política adotando atitudes de solidariedade, cooperação, repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. Cresceu a noção de direitos e deveres entre os cidadãos de todas as partes do planeta.
No sexto mês, o Mestre resolveu que tudo deveria ser registrado e disse: “Faça-se a escrita!”. O mundo encheu-se de livros, fotografias, quadros, esculturas, computados, gravadores e filmadoras. Esses recursos possibilitaram que as gerações fossem repassando seus conhecimentos continuamente.
A velocidade do progresso tirou o Mestre do controle da Educação e o seu planejamento não serviu mais. O mundo estava muito diferente!
No sétimo mês, o Mestre cansado do seu trabalho e decepcionado com os resultados obtidos, reconheceu que não colocou o essencial no início de sua criação. Olhando ao seu redor, viu violência, destruição, preconceito, tristeza, acomodação, ganância e falta de amor ao próximo. Mesmo, achando um pouco tarde, bradou: “Faça-se o caráter do bem.” Brotou assim, a esperança de dias melhores. Desde, então mestre e discípulos bons e ruins difundem-se em todos os lugares.
Infelizmente, o Mestre esqueceu que precisava do descanso e isso o tem torturado. Os discípulos são prova dessa verdade!