Pesquisar este blog

segunda-feira, setembro 04, 2006

151. Visita ao Parque Ecológico de Maracajá (Parte III)

Jornal de Cocal: 5 de julho de 2006

A festa começou antes da chegada ao Parque Ecológico de Maracajá. Ninguém escondia a alegria de estar participando de um passeio de estudos junto com os colegas. Alguns, como o Luan, o Guilherme e o Geovani, agitavam cantando músicas conhecidas. Outros, como o Lucas, a Pamela e a Daiani, preferiram observar as paisagens urbanas e rurais ao longo do caminho.

A professora de Ciências sabia que aquele parque proporcionaria mais do que um dia de lazer: seus alunos seriam incentivados a realizar pesquisas científicas e a respeitar o meio ambiente. Segundo a bióloga que trabalha naquele parque: “A Floresta Atlântica foi reduzida a menos de 10% do que era na época do descobrimento, por cobiça, inconsciência ou ação predadora, e ainda, continua guardando valiosos tesouros em matéria de diversidade de vida animal e vegetal. Empenhada no compromisso de proteger e conservar o pouco que ainda resta deste importante ecossistema, a Prefeitura Municipal de Maracajá, adquiriu e mantém está área de 112 hectares. A preservação deste tesouro, portanto, não apenas assegura a continuidade dos esforços conservacionistas feitas no passado, como garante e lega a beleza e a grandiosidade da Floresta Atlântica para as gerações futuras.”

O grupo teve contato imediato com alguns quatis que circulavam livres. O monitor, por precaução, pegou um chicote para enxotá-los, caso se aproximassem das crianças. Esses animais não costumam atacar, mas, defendem-se com ferocidade abrindo a boca e mostrando os dentes. Descobrimos que o nome quati vem do tupi “ Akwa’ti”e significa “nariz pontudo” e o vimos cavando buracos e procurando comida com o focinho. O coitado é bastante perseguido pelo homem porque sua carne é saborosa e por invadir plantações de milho.

Um pequeno veado encantou a Maiara e a Rafaela que permitiram que ele cheirasse suas mãos. Algumas meninas comentaram sobre “os chifres de madeira que estavam quebrados”.

O sagüi, com suas características meigas e engraçadas, atraiu a atenção. Observando os órgãos sexuais dele, concluíram: “É menino, né, professora!”

Uma macaquinha provocou gargalhadas. Além, de fazer “bobagens” por estar no cio, ela esperava o dono do quiosque jogar fora a xepa de cigarro para dar uma “tragada”. Para fazer isso, ela colocava a xepa entre as pernas e “prendia” a fumaça com o corpo e a cabeça.

Os tucanos coloriam as árvores. Um deles, discretamente, pegou o prendedor de roupas que o Guilherme usou para fechar a bisnaga de maionese. Felizmente, não engoliu!

O Diretor do Parque ficou extremamente preocupado com a integridade física de alguns alunos que tentaram alimentar um macaquinho porque o deixaram estressado e podiam ser atacados. Por desconhecimento e pela semelhança que ele tinha com o macaco-prego que habita aquelas matas, pensamos que sua reação seria social. Não sabíamos que era mais uma vítima do tráfico de animais e que estava sozinho, longe do seu habitar natural.
No viveiro de recuperação havia diversos pássaros sendo tratados ou que foram apreendidos pela Polícia Ambiental, que inclusive, tem um posto na mesma área. Dentre eles, podemos citar: corrupião, papagaio, capitão-do-porto, cardeal, sargento, saíra azul, gaturama-do-brejo, araquã, can-can, faisão, sabiá e pombo-do-rabo-branco.

Apesar de tudo, voltamos para casa um pouco frustrados porque os macacos-prego não apareceram. Certamente havia alimento suficiente dentro da mata. Mas sabíamos que a grande decepção daquele dia estava por vir: a Seleção Brasileira despediu-se da Copa da Alemanha com o rabinho entre as pernas...

Nenhum comentário: