“In God we trust” significa “Em Deus
nós confiamos”.
Onde você imagina que eu li essa frase? Numa camiseta que alguém comprou
sem se importar em traduzir as palavras estrangeiras? Num livro de um curso de
inglês? Foi na capa de um vídeo? Num trailler de um filme? Num CD religioso ou
de rock? Não, não foi.
Já que é difícil descobrir, vou
facilitar, dar uma pista. Pense na frase “Deus seja louvado”. Há muita
semelhança entre a fonte desta expressão tão conhecida de todos nós brasileiros
com a anterior. Onde você já leu está frase? Num folheto de culto e na Bíblia?
Isso. E onde mais? Não consegues lembrar? Pense bem.
Se fosses mais detalhista poderias ler “Deus seja louvado” quase todos os
dias. Ela acompanha o beija-flor, a tartaruga-marinha, a garça, a arara, o
mico-leão-dourado, a onça ou ... Não me lembro que bicho estamparam na nota de
cem reais! Percebo que atrapalhei sua descoberta. É, todas as cédulas dizem
algo que não combina muito com qualquer moeda que o Brasil já teve. O dinheiro
tem estreitas relações com ganância, desonestidade, discriminação, exclusão,
pobreza, tráfico, politicagem, etc. É incoerente registrar algo tão puro num
papel cada vez mais imundo por causa dos interesses desumanos.
Estaremos louvando a Deus quando os moradores de rua tiverem uma casa
aconchegante, as crianças não sentirem fome, os doentes receberem o tratamento
correto, as famílias não precisarem temer o fantasma do desemprego, os
investimentos estiverem voltados para invenção de coisas úteis, os poderes
públicos forem formados por gente que trabalha pelo bem social, e enfim, as
riquezas forem mais bem repartidas.
Pelas coisas que escrevi, já deixei evidente que a frase que intitula
minha crônica, está impressa numa moeda dos Estados Unidos da América.
Encontrei-a, perdida entre tantos centavos de Euro, que foram trazidos por um
trabalhador criciumense que esteve em terras portuguesas.
Outra coisa interessante que observei, desta vez, nos centavos da moeda
comum dos europeus portugueses foi a letra T destacada dentro do nome de seu
país, parecendo mais com a cruz de Cristo do que com a cruz de Malta.
Penso que os americanos podem escrever que confiam em Deus, mas não deve
ser recíproco. E os brasileiros não se comprometem tanto pedindo apenas que Deus
seja louvado.