Na manhã desse feriado que
comemora a Independência do Brasil, a população de Cocal do Sul prestigiou o
desfile cívico que aconteceu na Avenida Polidoro Santiago.
O palanque onde as autoridades realizaram
o hasteamento das bandeiras foi montado na praça da igreja matriz. A Banda
Marcial de Cocal de Sul abriu o desfile das escolas e foi acompanhada por
estudantes de escolas municipais, estaduais, particulares, entidades
filantrópicas e associações.
O Colégio Cocal apresentou os
valores que os alunos aprendem com seus educadores. A APAE destacou seu
trabalho de prevenção às doenças e à gravidez indesejada. O IMG levou para a
avenida uma frase que afirma a importância de paz e educação para se ter uma
grande nação. O PROERD mostrou seu trabalho para diminuir o uso de drogas e a
violência. Cartazes ressaltavam a importância de doar sangue e de se construir
um anel viário. Houve também desfiles de cavalos e carros antigos.
Durante a Copa muito se
fala sobre a beleza do Hino Nacional brasileiro. Há quem ache estranho, um país
como o Brasil - que pouco investe na educação básica e na cultura - ter um hino
com letra tão bonita e música tão sofisticada. Não podemos esconder,
entretanto, o desconhecimento popular do significado de diversos vocábulos nele
contido. Apesar de tudo, prevalece o poder de derramar lágrimas através da sua
música.
Antes dos jogos da Copa
do Mundo são executados os hinos dos times competidores. No canto inferior da
televisão lemos a tradução. Percebi expressões comuns na maioria dos hinos:
liberdade, brilho, luta, canhões, flores. A mensagem, muitas vezes, simboliza
soldados que batalham contra os inimigos externos ou conterrâneos. Esse
interesse levou-me a pesquisar. Inicialmente, eu queria saber o que diz o hino
da França, da Alemanha, dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Itália. Por não
encontrar a tradução, mudei o rumo da minha busca para os países onde se fala a
Língua Portuguesa. Perguntei-me: o que passa pela cabeça desses povos quando ouvem
sua canção patriótica?
Começamos por Portugal: “
Heróis do mar, nobre povo... Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre
o mar. Às armas, às armas! Pela Pátria lutar.
Contra os canhões marchar, marchar!” A “descoberta
do Brasil” é conseqüência da competência
portuguesa na arte de navegar e construir embarcações. Mas, porque esse teor
fortemente bélico numa canção?
O Timor-Leste tornou-se independente de Portugal em 1975 e libertou-se do
domínio da Indonésia somente em 2002. Ainda hoje, a letra do seu hino expressa
seus sentimentos recentes: Pátria, Pátria, Timor-Leste, nossa Nação. Glória
ao povo e aos heróis da nossa libertação. Vencemos o colonialismo,
gritamos: Abaixo o imperialismo. Terra livre, povo livre. Não, não, não à
exploração. Avante unidos firmes e decididos.” O governo brasileiro enviou muitos educadores brasileiros para
colaborar com o Ministério da Educação desse povo.
Moçambique também considera sua pátria bela,
quer liberdade, tem um sol que sempre brilhará
e “pedra a pedra” com uma “força única de milhões de braços” constrói um
novo dia. Eles prometem: “Flores brotando do chão do teu suor.
Pelos montes, pelos rios, pelo mar. Nós juramos por ti, oh Moçambique. Nenhum
tirano irá nos escravizar.”
Cabo Verde apresenta lindamente: “Canta,
meu irmão. Que a liberdade é hino. E o homem a certeza. Com dignidade, enterra a
semente. No pó da ilha nua. No despenhadeiro da vida. A esperança é do tamanho
do mar.”
O que será que aconteceu num certo quatro de fevereiro na Angola? Penso que
não foi um dia tão fácil como o nosso sete de setembro. “Ó
Pátria, nunca mais esqueceremos. Os heróis do quatro de Fevereiro. Ó Pátria,
nós saudamos os teus filhos. Tombados pela nossa Independência. Honramos o
passado e a nossa História. Construindo no Trabalho o Homem novo.”
Açores canta : “Para a frente! Em comunhão, pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão estão acesas no alto clarão da bandeira que nos guia.” Florianópolis recebeu muitos açorianos,
cujos descendentes vêem sua liberdade tolhida pela violência, assistem a
corrupção afronta os desejos de justiça e que grita pela razão que deve estar
presente nos animais ditos racionais.
Cada povo luta constantemente para que a sua
História seja um exemplo. Seja chorando, morrendo, sofrendo, amando ou
cantando.
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