Há uns 25
anos, uma pessoa especial na minha passagem por este mundo, leu um livro
chamado “O Velho e o Mar”. De vez em quando, falava desse livro e da fascinante
história de lição de vida que narrava. Em 2000 o encontrei na Biblioteca de uma
das escolas em que eu trabalhava e o li. Na época, achei a história cansativa. Assisti
reportagens sobre o autor – Ernest Hemingway, que se suicidou em 1961 – e sobre
o livro, no Jornal Nacional. A reportagem atraiu minha atenção. Dias depois “reencontrei-me
com o mesmo livro”. Resolvi lê-lo novamente, comecei depois do almoço e só
parei quando terminei. Eu vi a história com outros olhos... e descobri porque
“O Velho e O Mar” é conhecido no mundo todo.
O livro conta a história de um velho e
solitário pescador que tem um menino como companheiro em suas pescarias. Como
não conseguem boas pescarias, os pais de Malonin – o garoto - não o deixaram
mais trabalhar com o velho. Mesmo assim continuaram bons amigos. O menino tinha
muita consideração pelo amigo porque foi com ele que aprendeu muitas coisas.
O velho morava sozinho, dormia numa cama
de jornais e tinha uma morada muito humilde. O seu grande valor era a dignidade
e a luta.
Depois de 84 dias sem pescar, o velho pegou
seu barco e foi para o mar, dizendo que aquele seria seu dia de sorte. Durante
uns quatro dias e quatro noites ele ficou no mar lutando para dominar um enorme
peixe que havia caído na isca. Suas mãos doíam e a esquerda teve cãibras, comia
apenas peixe, dormia com a corda que prendia o peixe enrolada ao corpo. Depois
que conseguia dominar o peixe, os tubarões apareceram e o velho teve que
colocar todas as forças no arpão e no remo para matá-los e espantá-los. Quando chegou
à praia, só tinha a carcaça do grande peixe.
O velho ficou só, no alto mar, com seus
sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com
certa ternura o peixe com que travou luta até leva-lo a uma derrota leal e
honesta.
O menino encontrou o velho cansado, machucado
e dormindo. Saiu chorando para buscar café e decidiu que iam pescar sempre
juntos a partir de então.
Querida aluna, eu queria te dizer que
está história mostra que nós temos que ter fé em nossa capacidade de superar os
problemas e as coisas que ainda não aprendemos a fazer e que a vida exige que façamos.
Quando o velho termina sua luta e só lhe
resta a carcaça do peixe, parece que ele não ganhou nada com isso, mas é um
grande engano porque o esforço lhe deu mais experiência, dignidade e a certeza
de que tem uma capacidade imensa para buscar o que deseja.
Você acha a Matemática difícil, e aos
poucos, mesmo com dificuldade, pode aprender muito. Eu te ajudo, mas depende
muita de sua vontade. Porém, desconfio que é o mais complicado para ti, não são
os conteúdos da minha matéria: é estar concentrada e presente.
Desculpo-te pelas suas grosserias em
sala de aula , que eu considero mais um problema de relacionamento que deves
superar. Não esqueças de que se você quer o amor das outras pessoas, deve
colocar muito amor no seu coração, nas suas atitudes e nas suas palavras. Não é
fácil pra ninguém mudar sem ajuda e de um dia para o outro. Nem o pescador
dominou o peixe no primeiro dia...
Lute contra seus problemas e busque
todos os dias de sua vida ser melhor. Eu tento fazer isso todos os minutos de
minha vida e tenho melhorado bastante. Quem sabe um dia isso nos traga a
felicidade plena.
Termino desejando um abraço e muita
sorte.