Pesquisar este blog

terça-feira, setembro 25, 2012

PARQUE ECOLÓGICO DE MARACAJÁ



         Percorremos mais de um quilômetro por dentro da mata sem ver um macaco. O monitor do parque avisou que devíamos andar em silêncio, falar baixinho e evitar fazer qualquer barulho para não espantar os bichos. Respeitamos a regra, porém, o único que apareceu cedo foi o tucano e outros animais indiferentes à presença humana, como, abelhas-mirins, formigas, aranhas e borboletas.
Depois de fazer a trilha junto com o guia, fomos liberados para refazer o mesmo caminho, andando no ritmo e na direção que quiséssemos. Essa liberdade provocou correrias e quebrou o silêncio. Parecia que a mata estava infestada de papagaios!
De repente, um macaquinho curioso nos observava do alto de uma árvore. O Maycon ofereceu salgadinho para tentar aproximá-lo e conseguiu: agarrando-se a um cipó, ele foi descendo devagarinho, pegou a comida e disparou de volta para o lugar onde se sentia em segurança.
Lá estávamos nós, extasiados, rindo com cada movimento do macaquinho e aguardando uma nova aproximação. Um grito rompeu nosso encantamento: o corrimão da trilha suspensa se despregou e a Maíris caiu ao chão. Prestamos socorro, acalmando-a, dando-lhe água e ajudando-a a subir na trilha. Felizmente, não foi além de um grande susto e alguns esfolamentos nas costas e nos braços.
Continuamos nosso passeio. Logo em seguida, o Alan chegou gritando: “Professora, vem ver. Eu sei onde tem sete macacos. Tem um carregando o filhote nas costas! É pra lá, é pra lá!” Sem demora estávamos assistindo um balé no ar. Era uma loucura ver a habilidade que eles têm para pular de um galho para o outro, aparecendo e desaparecendo entre as folhas. A alegria expressa na fisionomia e nos risos da turma era inexplicável.
Vendo toda aquela beleza e pensando que os demais colegas iriam perder a oportunidade, saímos da mata para chamá-los. Tivemos uma surpresa: havia uma invasão de macacos! A festa durou umas duas horas.
Era praticamente impossível cumprir uma das regras do parque que proíbe alimentar os animais. Em todos os lugares tinha uma mãozinha oferecendo bananas, salgadinhos e bolachas. O Moisés cortou uma maça em vários pedaços e a distribuiu. Os macacos não recusavam nada, nada, nada! Um deles apareceu chupando pirulito e outro picolé... Por isso, vamos sugerir aos responsáveis pelo parque ecológico que ao invés de proibir, orientem os visitantes a levar alimentos adequados. O erro cometido é perdoável porque foi provocado por sentimentos nobres. Muitos alunos queriam apenas sentir o prazer de tocar nos animais. Era visível o carinho que demonstravam constantemente dentro de uma sintonia maravilhosa. Todos que ali estavam vivenciaram algo sublime que só compreende quem reconhece suas características comuns com o meio ambiente.
O local é público e adequado para as famílias passarem um domingo preparando um churrasco, conversando, brincando e aprendendo a amar e respeitar os recursos naturais. Ou mesmo, para as escolas organizarem piqueniques culturais que estimulem a consciência ecológica.
OBS: Essas recordações são de um passeio realizado em 2005.               

Nenhum comentário: