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segunda-feira, agosto 13, 2012

REFLEXÃO SOBRE OS JOGOS DA ESCOLA


            Quero refletir um pouco sobre o que vi e gostei e o que vi e não gostei nos jogos organizados pelos professores de Educação Física da minha escola...
            Nossos alunos passaram três dias competindo nas modalidades de futsal, de voleibol e de handebol. Havia tanta energia e alegria no ar! Nas arquibancadas eles podiam gritar à vontade. Dentro da quadra eles podiam se movimentar à vontade. Fora da sala de aula eles podiam ser mais espontâneos e livres.
            É muito lindo ver a torcida feminina enfileirada, batendo palmas em sintonia, vibrando e incentivando a sua turma. A união, tão ausente em nossas relações aparece naturalmente.
            Nós adultos, achamos até engraçado ver aqueles adolescentes com a mão suada, o coração batendo mais forte, as pernas tremendo, o rosto expressando aflição quando a disputa é apertada, os dedinhos fazendo “figa” e o olhar desconsolado das meninas quando falham, principalmente, no voleibol. São eles crescendo, são eles aprendendo a viver, são eles abraçados fazendo a oração do pai-nosso, são eles superando desafios, são eles descobrindo que na vida precisamos do outro para vencermos! Nessas horas penso que eu devia ter jogado mais...
            O que mais me incomodou nesses jogos? O lixo jogado nas arquibancadas! Por que não dão alguns passos a mais e colocam no saco plástico pendurado logo à frente? São eles imitando os adultos... Pedi que me ajudassem a recolher e vários responderam: “Não fui eu quem jogou?” Como é difícil educar para a cidadania! É claro que teve quem fez a diferença e colaborou ajudando na limpeza.
            O que me perturbou? Alguns alunos batiam incessantemente as garrafas PET vazias contra as arquibancadas provocando um barulho sem ritmo e por isso, insuportável. Fiquei com dúvidas em relação ao que deveria fazer: pedir para parar ou deixar que extravasassem. Estaria eu, sendo a “chata” se os proibisse de continuar? Ou, estaria eu, sendo omissa diante de um ato que parecia ser mais agressivo do que um jeito de torcer. Observei atentamente os alunos que faziam isso e tentei imaginar que prazer sentiam em causar tanto barulho. Na incerteza do que seria correto fazer, não interferi. Quantas dúvidas devem ter os pais deles quando precisam decidir entre o sim e o não, entre deixar e impedir, entre oferecer e negar!
            Um aluno da 6ª série começou a tocar “We will, we will rock you”, batendo a garrafa PET contra o concreto das arquibancadas e foi acompanhado pelos colegas nas palmas. Para eles era um momento de curtição e para mim de saudade. Não sei se eles sabem que essa música é do Queen e o que significa a tradução do refrão. Mas, eles estavam fazendo exatamente o que a letra diz: “Nós vamos, nós vamos sacudir você!”. Penso que eu devia ter dançado mais...

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