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domingo, agosto 27, 2006

124. Mulheres cantam

Jornal de Cocal: 2005

Que mulher um dia não teve a sensação de ser um avião sem asa, um circo sem palhaço ou uma Julieta sem um Romeu?

Que mulher já não foi alertada por uma voz carinhosa ou impregnada de ódio: “Tome cuidado porque seu telhado é de vidro!” E apesar de aprender a lição, descobriu que é difícil fechar os olhos e descansar em paz. Seu sono costuma ser perturbado pela consciência que Deus lhe deu e pelos problemas que pediu a Ele.

Que mulher que sentindo falta de uma palavra amiga não buscou consolo nas Palavras da Bíblia? E talvez, tenha ido além semeando palavras ao vento...

Que mulher não sente a vida se repetindo como as estações do ano? São tantos os momentos que marcam o início e o fim das fases coloridas, renovadoras, frias, excitantes...

Quantas mulheres choraram porque não queriam a liberdade? Pensavam que era melhor viver presa às pessoas que a impediam de beijar, sorrir e viver...

Quantas mulheres olharam a cidade ao redor e por nada se interessaram? Fingiram estar calmas, enquanto o coração excedia os limites da velocidade permitida...

Quantas mulheres já insistiram num amor que partiu e nunca mais voltou para tirá-las da solidão? E, sonharam com alguém que as olhasse de coração aberto e ficasse todas as noites? Elas queriam dançar e cantar até o amanhecer. No entanto, uma frase dolorosa as perseguia e quem sabe, as perseguirá eternamente: “Aquele amor que eu senti quando te conheci não tá rolando mais, faz tempo. Cada momento que passamos, juro foi bom, mas tudo que acende, apaga, e o que era doce se acabou.” Infelizmente, tudo acabou com um beijo na testa em sinal de respeito. Mais uma noite chega e com ela a depressão...

Dentre tantas mulheres, há aquelas que, de repente se descobrem culpadas pelo que as torna infelizes: “o beijo que não foi roubado, as jura secreta que não foi feita e as brigas de amor que nunca causaram”. Talvez, tivessem acertado, apenas,“com um certo ar cruel de quem sabe o que quer, tendo tudo planejado para impressionar”. Se bem que as coisas são mais fáceis na televisão e não existe a fórmula do amor que pega de jeito, batendo fundo no peito.

Que mulher já sabe diferenciar o amor do sexo, como a Rita Lee? Amor é livro, sorte, pensamento, novela, prosa, cristão, latifúndio, divino, bossa nova. Sexo é esporte, escolha, cinema, imaginação, poesia, pagão, invasão, animal, carnaval. O amor é mais que o egoísmo da paixão e obsessão.

Toda mulher pode tentar esquecer, mas seu amor sempre será como uma onda que a arrasta para o mar que possui os poderes do encantamento, fazendo-a mergulhar sem pensar e saber se vai voltar.
É por isso que as mulheres cantam, cantam, cantam...

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