A
Revista Carta na Escola, na edição de abril de 2012, publicou uma matéria
chamada “Geometria no computador”. Um
trabalho desenvolvido com alunos da E.E.F. Demétrio Bettiol está em destaque. Aproveitamos
o momento para tornar público essa experiência educacional. Para saber mais e assistir ao vídeo, clique na imagem.
Participei da 1ª Conferência Latino-Americana de
Geogebra realizada na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Esse evento ocorreu nos dias 13, 14 e 15 de novembro de 2011.
O que é o Geogebra? O próprio nome o apresenta, pois é
a junção das palavras geometria e álgebra. É um software gratuito de matemática
dinâmica que está conquistando os professores de matemática do mundo! Já foi
traduzido para 58 idiomas, fundou 85 institutos e é conhecido em 190 países.
O segredo de tanto sucesso pode ser explicado pela
frase escolhida para a abertura da apresentação de Zsolt Lavicza, responsável
pelo suporte aos institutos criados para divulgar os projetos do software
Geogebra. Em sua palestra ele repetiu um provérbio africano: “Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer
ir longe, vá acompanhado." Muita gente contribui com esse projeto que
começou em 2001, como tese de mestrado do austríaco Markus Hohenwarter. Alguns
colaboram com seus conhecimentos matemáticos, outros com sua capacidade para
traduzir línguas, outros usando seus saberes sobre programação de computadores,
outros organizando formação continuada para ensinar os professores. Enfim, é
uma comunidade que aumenta diariamente. Quem gosta de matemática, quem ama a
Educação, quem acredita que é possível qualificar o ensino da disciplina mais
criticada pelos péssimos resultados apresentados, está participando para ajudar
e receber apoio.
Quando eu soube que durante o feriadão haveria um
grupo de aproximadamente duzentas pessoas apresentando suas pesquisas, trocando
experiências e discutindo as perspectivas para o uso do software Geogebra,
enviei uma mensagem eletrônica parabenizando os coordenadores pela iniciativa.
Despretensiosamente, anexei o trabalho que faço na E.M.E.F. Padre José
Francisco Bertero em Criciúma e na E.E.F. Demétrio Bettiol, de Cocal do Sul.
Fui surpreendida com o convite da Dra. Celina Abar, responsável pelo Instituto
Geogebra de São Paulo, para que eu fosse apresentar meu trabalho. Minha
primeira reação foi agradecer e dizer que no momento eu não tinha condições.
Depois lembrei de uma frase de Tolstói: “Se
queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia!” Então, pensei:
“Posso estar jogando fora a oportunidade que tenho de contar sobre as coisas
boas que acontecem na minha terra.”
Fui a última conferencista a apresentar minha
experiência, cujo título era “O Uso do software Geogebra no Ensino Fundamental
II”. Iniciei dizendo que descobri que sabia muito de espanhol e pouco de
Geogebra. Entendi quase tudo o que as pessoas que vieram da Espanha, da Costa
Rica, da Argentina, do Uruguai e do Chile falaram e compreendi muito pouco
sobre as pesquisas desenvolvidas usando o Geogebra. Fiquei pensando nas coisas
“malucas” que aqueles professores pesquisadores estavam desenvolvendo em suas
escolas e universidades. Perguntei-me se a “maluca” não seria eu, em querer que
meus alunos do 6º ano conheçam as ferramentas do programa. Também pode ser que
eu esteja dando o primeiro passo para que minhas crianças entendam, no futuro,
o que é que o Geogebra tem a ver com palmito, semente de girassol e as asas da
libélula.
Quando senti que minha missão estava cumprida,
chorei! Era um choro silencioso e gratificante. Foi maravilhoso saber que as
atividades que desenvolvo com meus alunos servem como referência para os cursos
de formação continuada desenvolvidos pela Faculdade de Tecnologias – FATEC – de
Ourinhos, em São Paulo.
Jamais imaginei que um dia estaria contando com a ajuda do assessor de
matemática da Costa Rica na tradução das minhas palavras para que um dos
professores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, entendesse o que
acontece nas nossas escolas.
Não quero que pensem que por isso tudo faço um
trabalho incrível. Tenho certeza de que meu trabalho requer muita melhoria.
Começo a encontrar pessoas dispostas a trocar experiências, a fazer críticas e
sugestões. O trabalho do professor não pode ser solitário. Trabalhar em equipe
é o grande desafio dos educadores. Reconheço que as condições reais para isso
não existem em nossas instituições de ensino, mas quem sabe a gente encontre
uma solução razoável.
Agradeço às pessoas que me deram apoio para cantar as coisas da minha aldeia!
Há pessoas que sem saber contribuem para que a comunidade Geogebra cresça, se
una, se fortaleça e descubra caminhos para resolver os problemas da Educação
Matemática. Precisamos de ação e não de discursos. E agir não é tão fácil
quanto discursar.
2 comentários:
Professora Ana, que bom que age e discussa, pois caso contrário não teríamos conhecimento do importante trabalho que desenvolve.
Grata,
Vitória Barbosa
Professora Ana, que bom que age e discussa, pois caso contrário não teríamos conhecimento do importante trabalho que desenvolve.
Grata,
Vitória Barbosa
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