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domingo, maio 11, 2014

PALESTRA COM MISSIONÁRIOS DE MOÇAMBIQUE



     Um dia, caminhando no centro de Criciúma, encontrei um ex-colega que resolveu abandonar a carreira de professor de Artes e ser missionário em Moçambique. Conversamos um pouco e minha curiosidade sobre as experiências que ele e sua esposa estão vivendo foi aumentando. Então, combinamos um momento pra que ele compartilhasse essas histórias com nossos alunos do Bairro São Simão. Foi uma manhã inesquecível, nos emocionamos, cada palavra foi ouvida com muita atenção, perguntas interessantes foram feitas e refletimos sobre as diferenças culturais e econômicas, além da importância da caridade e do amor ao semelhantes.
     O missionário Otávio da Rosa contou sobre suas experiências no país africano, apresentou curiosidades sobre o modo de vida daquele povo e falou da importância de um trabalho que ajude na inclusão, no desenvolvimento e na educação daquela população tão carente. Ele explicou: “Estamos aqui buscando recursos para continuar nosso trabalho. Quando eu e minha esposa Eliane estivemos em Moçambique pela primeira vez nos apaixonamos pelo que conhecemos. Sempre desejamos realizar uma missão na África e hoje sinto que minha primeira casa é lá, e Criciúma passou a ser minha segunda casa.” Ele contou que a expectativa de vida da população é de 52 anos na capital, que 60% é analfabeta, que o custo de vida é alto e que há falta de sonhos das pessoas está em segundo plano porque o essencial é a sobrevivência.
     O moçambicano Angelo Duarte Chipendo está em Criciúma fazendo cursos profissionalizantes para posteriormente retornar ao seu país e colaborar na implantação de programas sociais. Foi muito questionado pelos alunos Pedro Backs Jovenal e Jean Vitor Cordeiro que queriam saber sobre o valor da moeda local, se os homens também envelhecem tão rápido quanto as mulheres, se há uma confederação de futebol, como é alimentação, qual foi o momento mais difícil que ele vivenciou, entre tantas outras coisas. Angelo respondeu: “O pior ano foi o ano de 1983 porque não tinha comida. Fazíamos fila para pegar farinha pra comer. Lá nós comemos chima com caril que é algo parecido com a polenta: a chima é feita de farinha de milho que é branca e caril é um molho.
    A aluna Larissa Casagrande foi impressionada com relatos das crueldades da guerra civil: “O que mais me chamou a atenção foi o fato de que eles, na guerra arrancavam as crianças de suas mães e a esmagavam em um pilão. A situação precária da água e dos alimentos, os sofrimentos das mulheres e das crianças é muito comum. A lição que eles me passaram foi que mesmo com todo o sofrimento que as pessoas passam, elas valorizam o que tem e lutam com o pouco que tem pra ser alguém na vida.
    A professora de Geografia, Andréia Araújo, escreveu em sua página do Facebook: “A palestra sobre Moçambique revelou fatos que provocaram um misto de emoções em todos os ouvintes. Particularmente me senti um grão de areia em meio à tempestade e impotente perante o sistema em que todos nós, independente da nacionalidade, vivemos. É duro remar contra a maré! No entanto, feliz por saber que existe ações que minimizam o sofrimento daquele povo. E por fim, repleta de esperança que tudo pode melhorar, para nós, para eles e satisfeita com a escolha que fiz pela nova profissão: ser professora e novamente remar contra a maré...”
    A professora de História, Lisiane Potrikus Martinello, resumiu: “Grande dia, pois pude em alguns momentos, refletir um pouco mais sobre a minha participação na sociedade.
     Eu, passei a tarde sentindo vontade de jogar e comentei com meus alunos da EEF Demétrio Bettiol que questionaram o motivo. Tentei explicar, mas, é quase impossível explicar o turbilhão de imagens, de lembranças e de reflexões que se cruzam e geram essa espécie de tristeza.
     Augusto Cury alerta que os pais devem contar para seus filhos as suas histórias, os seus momentos bons e o ruins. Se o fizerem criarão vínculos amorosos, estabelecerão laços afetivos e esses diálogos serão importantes para fortalecer a vida em família. Penso que a escola também pode fazer isso: permitir que os alunos conheçam realidades que podem ajudar a amadurecê-los e a descobrir sua missão nessa vida. Por isso, convidamos esses missionários para realizarem palestras na EEF Demétrio Bettiol e EEF Cristo Rei. Então, os pais que tem filhos nessas escolas, podem aguardam que em breve eles vão chegar contando muito novidades. Se não fizerem isso, é melhor analisar como está o diálogo dentro de suas casas!

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