Jornal de Cocal: 2005
Mais um ano letivo se encerra. Professores, alunos e diversos pais concluem outra etapa de suas vidas; alguns com a sensação da missão cumprida, outros, nem tanto.
Mais um ano letivo se encerra. Professores, alunos e diversos pais concluem outra etapa de suas vidas; alguns com a sensação da missão cumprida, outros, nem tanto.
Há um eterno conflito entre a lei que estabelece duzentos dias de aula, a burocracia que exige tempo para deixar a documentação pronta e o interesse em não diminuir período de férias. Por isso, somos obrigados a realizar o Conselho de Classe antes de finalizar os dias letivos.
Após essa data, muitos alunos subentendem que não há mais nada a fazer em termos de nota, freqüência e aprendizagem. Portanto, a concentração diminui, decai o compromisso com as tarefas, alguns estudantes escolhem tirar uns dias de folga e a ansiedade em ver tudo acabado aumenta a cada instante.
É comum ver alunos indo ao encontro da professora que desembarca do carro ou anda pelos corredores, implorando: “Professora, diz se eu passei! Por favor!”. E, insistem, apesar de ouvirem a resposta: “Combinamos, junto com a Direção, que diremos os resultados finais somente no último dia que tivermos aula com vocês. Esperem um pouco. Nem tudo está definitivamente concluído.”
Quando a professora de matemática entra na sala, eles questionam se ela vai passar a lista dos aprovados e dos que estão em exame. Ouvem a explicação do que foi acordado, porém, ainda “tentam vencê-la pelo cansaço”. Depois, fazem a mesma coisa nas disciplinas de Ciências, Sociologia, Educação Física, Artes, História, Língua Portuguesa.
Encontramos estudantes de todos os tipos, nessa fase do ano: os bons, preocupados em não ficar em recuperação; os excelentes, seguros dos resultados positivos; os razoáveis temerosos em reprovar; os irresponsáveis com provas e trabalhos que acreditam na possibilidade de passar direto; e, até aqueles que estão conscientes da pior conseqüência que podem sentir por não terem estudado durante a maior parte do tempo. Temos o grupo dos realizados pessoalmente porque capricharam e a turma que crê que “a esperança é a última que morre”.
Para controlar o estresse normal dessa época, os professores procuram atividades mais descontraídas, como, assistir um filme, organizar um “amigo secreto”, realizar dinâmicas de grupo, passar jogos, etc. Alguns, desenvolvem novos conteúdos ou revisam matéria. Não é fácil manter o entusiasmo diante de tantas coisas acontecendo e “perdoavelmente”, uma aula ou outra é usada “pra jogar conversa fora”.
Certamente, os professores almejam dizer a todos: “Vocês passaram direto.” E, em último caso: “Vocês atingiram a nota mínima que precisavam no provão. Parabéns e Feliz Natal!”
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