Jornal de Cocal: 14 de janeiro de 2004
Muitas pessoas estão de férias nos dias ensolarados de janeiro e a época do recesso escolar aumenta o fluxo das famílias que se dirigem ao interior para passar uns dias com os parentes. Os comentários se repetem em todos os sítios:
- Isso aqui é uma terapia.
- É bom respirar esse ar puro.
- Que silencio! Que paz essa natureza nos dá.
Henrique é um menino que já está curtindo a vida no campo com os seus pais que são operários em uma fábrica de embalagens plásticas. Levantou cedo para acompanhar a avó na ordenha das vacas, auxiliou o tio que tratava os porcos, observou como o avô fez para desentupir o cano que conduzia a água do poço até o reservatório e ia andar a cavalo quando a mãe o impediu a gritos por achar perigoso cavalgar por aquelas estradas esburacadas e cheias de morros. Ele não insistiu porque sabia que ficaria sozinho com os avós durante um tempo e esse prazer lhe seria proporcionado.
A mãe tentou compensar a proibição convidando o marido e o filho para irem até o “peral”. Atravessaram o potreiro repleto de samambaia e urtigão que é um planta portadora de uma substância capaz de provocar uma reação alérgica na pele. O menino resvalou e caiu sobe uma delas que deixou seu corpo marcado por bolhas que arderam e posteriormente coçaram muito. Felizmente, nada de mais grave ocorreu.
A chegada ao peral, que é uma parte do rio onde o relevo acidentado compôs uma queda de mais de cem metros de altura, foi dificultada pelo mato que cresceu vertiginosamente fechando os antigos carreiros. Todos ficaram atentos porque podiam encontrar cobras, pisar em pedras soltas e se agarrar em galhos espinhosos. Qualquer descuido poderia provocar um acidente.
Numa determinada parte do percurso tiveram que optar entre desistir de se aproximar das maravilhas que cercavam as cachoeiras ou andar pelo leito do raso e pedregoso do rio. Como o espírito aventureiro se elevara a medida que superavam os obstáculos, resolveram continuar. Henrique usava botas rasgadas e se divertia com a entrada e saída da água que resfriava seus pés.
Após algum sacrifício a visão tão esperada aconteceu. Decidiram ficar sentados numa parte onde respingavam finas gotas que criavam um clima agradável. O encantamento tomou conta de todos, pai e filho se despiram para se banhar e a mãe fez um copo com uma folha especial para tomar daquele líquido transparente e fresco. Os três aproveitaram aquele pedaço do paraíso de uma maneira inexplicável e retornaram se divertindo com as surpresas da natureza.
Os avós ouviam sorrindo, o neto relatando a façanha do dia e ficaram preocupados quando souberam que haviam bebido daquela água que ainda poderia conter algumas substâncias tóxicas por causa de um vizinho que morava acima do peral e lavou as máquinas usadas para espalhar pesticida na lavoura, poluindo o rio. Por precaução procuraram um médico que os tranqüilizou após fazer alguns exames.
Henrique pensativo sentou no colo da mãe e fez uma comparação entre os riscos que correram ao visitar a cachoeira e os que poderiam enfrentar se fossem cavalgar. Sua conclusão é uma das verdades conhecidas por toda a humanidade: temos de enfrentar obstáculos para concretizarmos nossos objetivos e quanto mais barreiras derrubarmos, maior será o prazer da conquista. E teve a certeza de que não adianta fugir dos perigos da vida.
- Isso aqui é uma terapia.
- É bom respirar esse ar puro.
- Que silencio! Que paz essa natureza nos dá.
Henrique é um menino que já está curtindo a vida no campo com os seus pais que são operários em uma fábrica de embalagens plásticas. Levantou cedo para acompanhar a avó na ordenha das vacas, auxiliou o tio que tratava os porcos, observou como o avô fez para desentupir o cano que conduzia a água do poço até o reservatório e ia andar a cavalo quando a mãe o impediu a gritos por achar perigoso cavalgar por aquelas estradas esburacadas e cheias de morros. Ele não insistiu porque sabia que ficaria sozinho com os avós durante um tempo e esse prazer lhe seria proporcionado.
A mãe tentou compensar a proibição convidando o marido e o filho para irem até o “peral”. Atravessaram o potreiro repleto de samambaia e urtigão que é um planta portadora de uma substância capaz de provocar uma reação alérgica na pele. O menino resvalou e caiu sobe uma delas que deixou seu corpo marcado por bolhas que arderam e posteriormente coçaram muito. Felizmente, nada de mais grave ocorreu.
A chegada ao peral, que é uma parte do rio onde o relevo acidentado compôs uma queda de mais de cem metros de altura, foi dificultada pelo mato que cresceu vertiginosamente fechando os antigos carreiros. Todos ficaram atentos porque podiam encontrar cobras, pisar em pedras soltas e se agarrar em galhos espinhosos. Qualquer descuido poderia provocar um acidente.
Numa determinada parte do percurso tiveram que optar entre desistir de se aproximar das maravilhas que cercavam as cachoeiras ou andar pelo leito do raso e pedregoso do rio. Como o espírito aventureiro se elevara a medida que superavam os obstáculos, resolveram continuar. Henrique usava botas rasgadas e se divertia com a entrada e saída da água que resfriava seus pés.
Após algum sacrifício a visão tão esperada aconteceu. Decidiram ficar sentados numa parte onde respingavam finas gotas que criavam um clima agradável. O encantamento tomou conta de todos, pai e filho se despiram para se banhar e a mãe fez um copo com uma folha especial para tomar daquele líquido transparente e fresco. Os três aproveitaram aquele pedaço do paraíso de uma maneira inexplicável e retornaram se divertindo com as surpresas da natureza.
Os avós ouviam sorrindo, o neto relatando a façanha do dia e ficaram preocupados quando souberam que haviam bebido daquela água que ainda poderia conter algumas substâncias tóxicas por causa de um vizinho que morava acima do peral e lavou as máquinas usadas para espalhar pesticida na lavoura, poluindo o rio. Por precaução procuraram um médico que os tranqüilizou após fazer alguns exames.
Henrique pensativo sentou no colo da mãe e fez uma comparação entre os riscos que correram ao visitar a cachoeira e os que poderiam enfrentar se fossem cavalgar. Sua conclusão é uma das verdades conhecidas por toda a humanidade: temos de enfrentar obstáculos para concretizarmos nossos objetivos e quanto mais barreiras derrubarmos, maior será o prazer da conquista. E teve a certeza de que não adianta fugir dos perigos da vida.
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