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domingo, agosto 27, 2006

81. Histórico de uma cidade

Jornal de Cocal: 29 de dezembro de 2004

Era apenas um terreno abandonado, quando Homenen veio ao mundo. Passado mais de um ano do seu nascimento, finalmente, o tão aguardado prédio emergiu do subsolo, provocando aumento da temperatura ambiente e algumas preocupações para os projetistas da maravilhosa obra que despontava. Muitas pessoas queriam ver o edifício que era branco e situava-se num terreno vermelho e liso, iluminado por efêmeras réstias de raios solares.

Com o passar dos meses apareceram outros sete prédios que recebiam muitos cuidados de higiene, enquanto cresciam rapidamente.

Antes de fechar uma década, alguns deles começaram a apresentar manchas negras em suas paredes e a se deteriorar. Caiu o primeiro... e debaixo de sua estrutura verteu por alguns minutos pequena quantidade de águas vermelhas. Não foi diferente com os demais! Teve até quem guardasse alguns escombros como recordação.

Diariamente, um vendaval trazia e levava ao mesmo tempo, um amontoado de produtos agrícolas que detonado por forças imbatíveis eram sugados antes da calmaria. Nem o reino animal estava salvo dos perigos da natureza! De vez em quando, apareciam riachos com águas coloridas: vermelhas, laranjadas, marrons, amareladas, brancas, mas nunca, azuis e pretas.

Estranhamente, os prédios começaram a cair e a ressurgir.
Após doze anos brotaram do subsolo mais oito prédios altamente resistentes.

Passam-se mais seis anos e surgiram quatro pequenas montanhas no final da rua. Logo, iniciou-se a construção de novos arranha-céus. Talvez, a intenção fosse substituir alguns que apresentam sérios desgastes, mas normalmente, não usavam material de qualidade e sua duração era curta.

Alguns elementos de uma associação do mal tentavam invadir e dominar os prédios a todo custo, perfurando as paredes e usando um ácido. Nunca preservavam o ambiente, pelo contrário, destruíam. Muitos laboratórios realizaram pesquisas e produziram uma pasta protetora que era aplicada constantemente na superfície externa das construções, tornando-as fortes, e de graça, perfumando toda a cidade.

Em algumas esquinas havia lixo acumulado, principalmente nos finais da rua, apesar da espuma formada na tentativa de deixá-la brilhando. O cheiro exalado, principalmente ao amanhecer, causava má impressão.

Surgiram especialistas com máquinas modernas para consertar os prédios. Fizeram bons trabalhos na área de saneamento básico e melhoraram o local.

Após quarenta anos de emancipação percebia-se que toda a cidade, de apenas duas ruas circulares e paralelas entre si, formada por apenas trinta e dois prédios, estava reformada e transformada pelo tempo. Não surgiram mais edifícios, apenas perderam-se.

Após setenta anos, tudo voltou a ser como era antes. Aquela cidade se aproximava do final de sua existência, e embora não pareça, foi importantíssima para a construção de seu país.

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