— Oi, gente. Fui convidado para conversar com vocês. Eu sou Ferdinando e está e minha amiga Atchina. Vamos colega, cumprimente a turma. Que foi Atchina?
— Eu estou com vergonha.
— De quem?
— Da professora deles...
— Que boba! Venha. Bem, pessoal, estamos aqui para conversar sobre o meio ambiente, reciclagem, árvores.
— É. Nós queríamos ter vindo aqui no dia 21 de setembro que é o dia da árvore. Porém, tínhamos outros compromissos e não deu tempo.
— Felizmente, chegamos aqui antes de acabar a primavera que é a estação das flores. Já estamos vendo as plantas colorindo o meio ambiente e espalhando seus perfumes pelo ar.
— Ih! Não gostei. Terei problemas com essas flores.
— Flores não são problemas para as pessoas. Que bobagem você está dizendo...
— Sabe o que é? É que eu tenho rinite.
— Ah, mas isso não é tão mau. Quem tem rinite sofre porque até o pólen das flores causa alergia: começa a espirrar, espirrar, espirrar e o nariz fica vermelho, escorre a até caem lágrimas dos olhos.
— A sensação é horrível.
— Mas, logo passa. Não dá nada.
— Não dá nada porque não é contigo. Eu sei o que passo, principalmente, se tiver um ipê florido por perto. Já avisei minha família que no meu velório não quero flor de ipê perto do meu caixão.
— Você sabia que o ipê-roxo é a árvore símbolo do Brasil?
— Não. Eu pensei que a árvore símbolo do Brasil fosse o pau-brasil.
— É por causa dela que nosso país recebeu esse nome. Atchina, há um ninho de bem-te-vi no alto daquela figueira grandona, que tem no pátio da nossa escola.
— Quem disse?
— Eu e a Neura vimos o ninho daqui debaixo. O João, professor de Educação Física, falou que é de bem-te-vi.
— Então eu vou subir na árvore para ver.
— Não pode, é perigoso.
— Mas, o Douglas vai comigo.
— Pior ainda. Se vocês fizerem uma coisa dessas vão levar um xingão da professora e uma chinela do papai.
— Fernandinho, outro dia, eu e a professora Marilac fomos cheirar folhas de ingá.
— Onde é que encontraram um pé-de-ingá?
— Aqui no pátio da escola. Lá perto da sala de professores do CEDUP.
— E o cheiro é bom.
— Parece cheiro de goiaba. É, a gente amassou as folhas e sentimos o aroma. Eu queria saber o nome daquela árvore que tem lá perto do portão. Já perguntei para um monte de gente e ninguém sabe. Acho que se chama Ligustro porque eu vi uma reportagem no Globo Repórter mostrando uma cidade do Rio Grande do Sul que fez uma passeata e escreveram num cartaz: “Ou nós ou os ligustros”. A população daquele lugar é muito alérgica.
— Talvez devêssemos dar a missão de descobrir o nome daquela árvore para a Maria Laura e a Pamela. Prestem atenção, as duas, estamos esperando uma resposta.
— Ah, Fernandinho, tem outra árvore que eu não descobri o nome.
— Qual? Aquelas que tem ali na rua? Aquelas que fazem sombra para os carros dos nossos professores.
— Não. Aquelas a Dona Salete já me disse que se chama jamelão.
— Quem é a Dona Salete.
— É a nossa servente.
— Sei. Escuta, jamelão não é uma árvore que dá um fruto parecido com a azeitona? Dizem que tem muito lá em Pernambuco e que as crianças brincam de comer o fruto até se cansar para ver quem termina com a língua mais tingida de roxo. Porém, aqui em Cocal do Sul eu nunca ouvi falar.
— Eu também não conheço o fruto dessa árvore.Talvez, seja de outra espécie.
— A Dona Salete falou que não deram frutos porque ainda são novinhas e que lá no IMG, perto do Schüller tem uma que fica carregada de frutos.
— Tá, mas então qual é a outra árvore que você quer saber o nome?
— É uma que tem lá fora, no cantinho do muro. Ela é bem alta e está com flores laranjadas.
— Quem sabe não damos a missão de descobrir o nome daquela árvore para outras crianças?
— Isso mesmo! Pedimos, então, a ajuda do Guilherme e da Tainara.
— Por favor, pesquisem pra nós. Conversem com seus pais, com seus avós, com os vizinhos e descubram.
— Eu tenho uma fofoca pra te contar sobre um aluno dessa sala.
— Quem?
— O Renato. Fiquei sabendo que nos mês passado ele jogou uma árvore no lixo.
— O quê? Ele jogou uma árvore no lixo? Como assim?
— É que ele vive arrancando folhas do caderno para rascunho, escreve um pouquinho, amassa e joga no lixo.
— Não, esse menino não fez uma barbaridade dessas. É mentira!
— Também me contaram uma coisa legal sobre a Jamilly. Disseram que ela se preocupa com os 3R’s.
— Do que estás falando?
— Dos 3 R’s que são: reduzir, reutilizar e reciclar.
— Reduzir o quê?
— Reduzir o desperdício.
— Reutilizar o quê?
— Reutilizar tudo o que for possível antes de jogar fora.
— Reciclar o quê?
— Seria melhor dizer, separar para reciclar, pois na verdade quem recicla são as indústrias. Todos os alunos podem colaborar separando o papel na sala de aula.
— É, eu peço para os líderes das salas nos ajudarem. Lembrem seus colegas que devemos colocar os papéis na lixeira certa.
— Precisamos da colaboração de todos os alunos do colégio para separar o lixo seco do molhado. Observem bem! Chega de colocar cascas de bananas misturadas com copos plásticos. Vamos ajudar a natureza.
— Está na hora de irmos embora.
— Antes temos que deixar aquele recado...
— Ah, é! A figueira pediu um abraço dos meninos e um beijo das meninas.
— Você acha que essas crianças vão pagar um mico desses?
— Por que não? Se a figueira dá sombra, alegria e oxigênio de presente, eles podem ser carinhosos com ela.
— Bom, o recado está dado. Foi bom passar esse momento com todos vocês. Um beijo.
— Um beijo. Tchau! Tchau!
OBS: Esse texto foi apresentado em nossa escola usando fantoches dialogando. Se desejarem, façam as devidas adaptações e aproveitem. São de atos pequenos como esse que estamos carentes!
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