Jornal de Cocal: 11 de novembro de 2004
São visíveis as semelhanças entre a escola e a barriga de uma mulher grávida. A comparação pode resultar em múltiplas interpretações, porém é inegável de que é dentro dela que se inicia o desenvolvimento do coração, do cérebro, dos ossos, do sangue, dos olhos, dos ouvidos, da língua, do nariz e da pele de gerações que são influenciadas pelo meio e ao mesmo tempo o transformam.
São visíveis as semelhanças entre a escola e a barriga de uma mulher grávida. A comparação pode resultar em múltiplas interpretações, porém é inegável de que é dentro dela que se inicia o desenvolvimento do coração, do cérebro, dos ossos, do sangue, dos olhos, dos ouvidos, da língua, do nariz e da pele de gerações que são influenciadas pelo meio e ao mesmo tempo o transformam.
Quase todas as escolas se parecem com uma adolescente que engravidou num momento sublime e depois foi abandonada por quem mais deveria lhe dar apoio para manter sua estrutura. Porém, sempre haverá do seu lado pessoas que a amam e fazem o que podem para mantê-la feliz, bonita, forte e sonhadora. Por uma lei da dinâmica vida social, quando ela perde alguns de seus parceiros, surgem outros que mesmo com a maior boa vontade requerem uma fase de adaptação, e às vezes, demoram muito para entender suas necessidades. Não adianta cobrar dessa “menina carente” a falta de um planejamento familiar que de repente nunca soube que existia ou de um projeto politicamente correto cheio de propostas pedagógicas eficazes.
Os médicos da educação, ao contrário dos da saúde, não gostam de prescrever receitas e criticam maldosamente um encaminhamento errado, dado pelo colega de profissão. Preferem sugerir procedimentos específicos, adequados e dosados para cada caso. Alertam que se um remédio não fizer efeito, é importante ser substituído imediatamente. Dizem que o melhor medicamento se encontra nas hortas da própria comunidade e que devemos ouvir seus habitantes porque geralmente, eles sabem o que precisamos fazer. As doenças que mais atacam as famílias dos alunos são conhecidas pelas suas vivências e estas, esperam que a ciência não desista de encontrar o antídoto dos venenos injetados diariamente em suas veias.
Este estado divino de descobertas nem sempre é evidente. Quando o prazer não está presente pode-se sentir muita vontade de ir ao banheiro e vomitar o alimento que não está fazendo bem e causando dores abdominais e de cabeça. Também, há a dificuldade de comer beterraba e espinafre, mesmo sabendo que é fundamental por conter o ferro que evita a anemia. Por causa disso, há uma “junta de educadores” pesquisando chás que tranqüilizem e estimulem os sistemas formados pelo corpo docente que apesar de estressado e cansado quer ser o princípio ativo.
Todo ser humano que for privado de ter o colo de uma mãe sentirá em seu peito uma lacuna a ser preenchida e a sensação de não ser completo. Mesmo que seja filho de uma pessoa inexperiente e despreparada para a função, essa relação é a base da sua formação.
A gravidez da escola continua, mesmo depois do parto. Portanto, ela exige cuidados eternos!
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