Pesquisar este blog

domingo, agosto 27, 2006

76. Feira Cultural da Demétrio

Jornal de Cocal: 24 de novembro de 2004

Na semana passada, eu pretendia falar sobre a feira cultural que aconteceu no dia 12 de novembro na Demétrio Bettiol, porém, meus pensamentos se desviaram do objetivo principal. Como foi um dia importante para a escola, tento novamente refletir sobre as experiências que vivemos.

Cada uma das quatorze turmas das séries finais do Ensino Fundamental escolheu um tema para desenvolver o projeto de pesquisa. Os trabalhos se voltaram para os seguintes assuntos: política, computador, games, cinema, história do rock, skate, vitaminas, ervas medicinais, sistema solar, tratamento de água, a origem da música e as notas musicais, processo cerâmico da empresa Eliane e adolescência, sexualidade, métodos anticoncepcionais e prevenção.

Para garantir qualidade na exposição era necessária muita habilidade para trabalhar em equipe. A participação de cada membro foi fundamental para se atingir os critérios gerais de avaliação com êxito: clareza, adequação da linguagem e objetividade durante a comunicação do trabalho; domínio dos conteúdos envolvidos; qualidade científica; relevância social, ou seja, a importância do trabalho para a unidade escolar; e o relatório do projeto.

Uma das coisas que aprendi no decorrer desse processo é ter cuidado no planejamento de um trabalho em que minha função é, basicamente, orientar para que caminhem juntos a fim de alcançar os objetivos propostos. Como regente de classe, tive que pensar com eles e respeitar seus interesses. Quando ainda não sabiam o que fazer, sugeri que buscassem recursos e materiais para enriquecer o laboratório de matemática, mas logo percebi que “estava pisando na bola” quando me olharam com um ar de desaprovação e responderam delicadamente que queriam algo que envolvesse várias disciplinas, pois receberiam notas nas áreas envolvidas. As idéias que eu estava rascunhando caíram por terra quando optaram por “cinema” e tive que buscar outras “fora do meu chão”. Em certos momentos, havia mais aluno dando opinião do que as ouvindo. No entanto, não me preocupei porque sabia da capacidade de iniciativa e organização do grupo. Acho que faltou aprofundamento teórico, mas em compensação, conseguiram reunir elementos que atraíram os visitantes por estarem mais sintonizados com os interesses de sua geração.

Graças a alguns alunos, professores e pais, tive a oportunidade de tocar numa harpa, ver uma bela demonstração do processo de tratamento da água, assistir o curta catarinense “Naturezas Mortas” que relata a vida dos mineiros da região de Criciúma, me encantar com um vídeo amador mostrando a tecnologia presente dentro dos pavilhões da Eliane, observar de perto a lixa de um skate, curtir jogos de videogame, me divertir com uma fantástica prova de que a criatividade humana não tem limites ao montar “uma vaca que lutando com um homem”. Lamentavelmente, por falta de tempo, não “pedi explicação” para os demais projetos e certamente, perdi coisas interessantes.Não estou afirmando que a feira foi perfeita, pois isso seria impossível. Estou apenas, escrevendo sobre atividades bonitas que acontecem na vida da escola e que precisam ser valorizadas. Aprendi muita coisa no decorrer do processo e no dia da apresentação.

Nenhum comentário: