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domingo, agosto 27, 2006

78. Um dia num parque

Jornal de Cocal: 8 de dezembro de 2004

Oportunizar a uma criança ou adolescente, um dia num parque de diversões - como o Beto Carrero - ou num parque aquático - como o Caverá - é dar a ela um presente inesquecível. Até os adultos com espírito jovem curtem lugares como esse com tamanha intensidade que parecem retornar à infância por algumas horas: relembram da maravilhosa árvore onde faziam balanços usando pedaços de madeira e cordas, e também, dos gritos da mãe avisando que era perigoso sair da margem do açude construído no meio do potreiro. Naquela época nem imaginavam que haveria coisas tão emocionantes para se aventurarem mais tarde.

Poucas famílias têm condições financeiras para programar um passeio desse tipo e quando podem, não fazem por falta de interesse ou por estarem bitoladas a outras formas de lazer. A maioria das crianças que teve a chance de conhecer um lugar assim deve à escola, que através da direção e dos professores, organizou com o apoio dos pais. É preciso uma pitada de ousadia para ter iniciativas nesse sentido, pois a responsabilidade é grande e não se pode garantir que tudo dará certo por mais otimismo que exista. Correm-se riscos que são compensados pela satisfação demonstrada em cada face. Podem pensar que essas atitudes representam apenas um dia de festa, mas é muito mais que isso: essas vivências amadurecem, provocam novos desafios e liberam energias enclausuradas por inseguranças.

O que há de enriquecedor num parque aquático? O corpo humano é composto de muita água e talvez, seja por isso, que sentimos muito prazer em mergulhar nesse líquido, sentindo-o na pele. A piscina fascina qualquer pessoa pela beleza e pelo prazer que oferece. A rampa, a corredeira do dragão, a piscina dos dinossauros, o chafariz e o “toboágua” ajudam a desenvolver a capacidade de ir além e de estar aberto para novas aventuras. As mãos e os pés enrugados são sinais de dinamismo diante do novo. Nem o tempo nublado e o vento frio são motivos para desistir da brincadeira.

O que há de enriquecedor num parque de diversões? Os brinquedos radicais desafiam porque mesclam sensações de perigo, segurança, medo, coragem e prazer. As pessoas ficam na fila, olhando a reação de quem está na montanha russa, na torre de cem metros de altura, no elevador, no tapete mágico e até no teleférico e buscando forças para poder sentir o que elas experimentam. Muitos dizem antecipadamente: “Não acredito que eu fiz isso!” As conversas estão repletas de relatos sobre as sensações vivenciadas e sempre acompanhadas de risos e brilho no olhar. É aqui que a habilidade referente à inteligência emocional se desenvolve, enquanto a musculatura da boca começa a doer.

A felicidade continua após a volta para casa, quando contam aos familiares e amigos tudo que viram, ouviram e sentiram. E certamente, haverão muitas fotografias guardadas em caixas de sapatos que um dia ilustrarão as imagens guardadas na memória de velhinhos e velhinhas que souberam aproveitar a vida em toda sua plenitude.

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