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domingo, agosto 27, 2006

95.Hino Nacional Brasileiro (Parte I)

Jornal de Cocal: 2005

- Bom dia, Marieli!
- Oi, Marcos Paulo. Onde vais com tanta pressa?
- Vou explicar o significado de uma música para uma turma.
- Uma música do Marlon e Maicon, por acaso?
- Sem ironias, por favor. Trata-se de uma música do Manoel Francisco da Silva.
- Não sei quem é esse cara que escreveu essa música. Aposto que ele nunca apareceu no Faustão.
- Ele não escreveu: fez a música. Quem fez a letra foi Joaquim Osório Duque Estrada.
- Hummmm... pelos nomes devem ser amigos daqueles caras que escreveram “A velha porteira” ou “Meu ipê florido, junto a minha cela, hoje vem à altura de minha janela...”
- Não. Você conhece a música da qual estou falando, mas não sabe direito o que ela quer dizer.
- Por quê? É em inglês?
- Não. Estou falando do Hino Nacional Brasileiro.
- Então... dá na mesma. Não entendo um monte de palavras, mas já decorei a letra.
- Se você quiser, te explico.
- Quero.
- A letra oficial do Hino Nacional foi cantada pela primeira vez no dia 6 de setembro de 1922, véspera do Centenário da Independência do Brasil.
- Nossa! Ela já existe a mais de duzentos anos?
- Duzentos anos? De 1922 para cá se passaram duzentos anos?
- Mais ou menos.
- Muito menos. Isso aconteceu a uns 80 anos.
- É. Um pouco menos.
- O Hino começa dizendo que “as margens plácidas - plácidas significa brandas, serenas, tranqüilas, pacíficas, calmas, mansas – do Ipiranga ouviram o brado retumbante – brado quer dizer grito e retumbante quer dizer que ecoa alto, que soa alto – de um povo heróico”.
- O que o posto Ipiranga tem a ver com a História?
- Ipiranga não é nome de posto de gasolina; é um pequeno rio que se situa em São Paulo.
- Maior ou menor do que o Rio São Bento, onde a Cristina aprendeu a nadar como um peixe?
- Isso eu não sei.
- Então você quer dizer que as margens desse rio escutaram um grito muito alto... As margens do rio têm ouvidos? Elas podem ouvir?
- Metaforicamente, podem ouvir, sim.
- O que quer dizer me-ta-fo-ri-ca-men-te.
- Pergunte para sua professora de Língua Portuguesa. Você já está abusando...
- Eu só quero entender!
- O grito ouvido foi “Independência ou morte”. Ali, naquele momento representado por D. Pedro I. O Hino Nacional segue “E o sol da liberdade, em raios fúlgidos – fúlgido quer dizer que resplandece, brilha – brilha no céu da Pátria nesse instante”.
- Por quê? Antes do grito o sol não estava lá? Estava chovendo?
- Não, eles querem dizer que aconteceu algo de bom para a Pátria, para o Brasil. Você sabe de cor a próxima estrofe?
- Sei: “Se o penhor dessa igualdade, conseguimos conquistar com braço forte, em teu seio, ó Liberdade, desafia o nosso peito a própria morte!”
- Em outras palavras isso quer dizer que com coragem, determinação, conseguimos colocar-nos em condições de igualdade com Portugal e as demais nações independentes. Agora somos livres, nosso peito desafia a própria morte.
- É, ficamos livres de Portugal e não ficamos livres da fome, dos políticos trapaceiros, dos interesses internacionais, da violência, da educação pobre, etc.
- É, eu gostaria de saber se a nossa Pátria é amada e idolatrada – no sentido de querida, é claro.
- Salve! Salve!
- Você já olhou para o Cruzeiro do Sul?
- Aquelas cinco estrelas que formam uma cruz?
- Cinco estrelas que podemos ver a olho nu; essa constelação é formada, na verdade, por cinqüenta e quatro estrelas. O hino fala que a imagem do Cruzeiro do Sul resplandece no céu formoso, risonho e límpido que significa transparente, limpo. Um raio vívido de amor e de esperança desce até a terra.
- Que lindo! Parece que o Joaquim Osório Duque Estrada era um poeta que via uma chuva de amor e de esperança se derramando sobre o Brasil.
- Esse Brasil que é gigante pela própria natureza. É o quinto maior do mundo, entre outros cento e oitenta, em extensão territorial.
- Sabe que eu acho o meu país belo, forte, impávido e colosso.
- Bonito, nosso país sempre foi. Nosso povo é forte. Colosso, ou seja, grande, nem se discute. E Impávido, ou seja, que não tem medo de nada, eu não tenho certeza...
- Por quê?
- Porque o nosso povo parece ter medo de mostrar o seu valor e de buscar mudanças.
- Mesmo assim, o meu coração quer amar cada dia mais essa terra adorada, entre tantas outras mil. O Brasil é a mãe gentil desse solo, ou seja, de todos nós brasileiros.
- Tenho que ir! Outro dia continuamos a falar sobre a outra parte do hino.
- Certo. Até mais.

2 comentários:

Anônimo disse...

idiota

Anônimo disse...

QUERIDA ANA:

sou professora de alunos de 9 anos de uma escola particular em Gaspar - Santa Catarina, e gostaria de parabenizá-la pela inteligência na escrita destas crônicas... Tomei a liberdade de copiá-las (estas do hino) para mostrar aos meus alunos como não é tão complicado entendermos nosso tão maravilhoso hino.
parabéns, parabéns... são pessoas como você que tornam a vida mais simples e inteligente
Um abraço
MARIA LAURA POZZOBON SPENGLER (lolyzinha@hotmail.com)